Biografia

A história de Eliana Marcela Batista da Silva começa com o encontro de dois lavradores, José Aparecido Batista e Lourdes Sari Batista, que no interior do Estado do Paraná, Maringá, em 12 de fevereiro de 1977 deram à luz a caçula e única menina de seus filhos.

Depois de tempos de labuta na terra, acompanhando o movimento nacional de êxodo rural da época, em 1979, seu pai inicia um novo trabalho, seria agora motorista da Coca-Cola. Neste mesmo ano é transferido para o interior paulista, Bauru. Com apenas 2 anos de idade, Marcela pisa no chão que se tornaria seu solo de vida. A pequena veio no aconchego de seus pais, irmãos mais velhos e alguns tios, que vislumbraram oportunidades na cidade dos trilhos de trem.

No início a família se acomodou na Vila Santista. Em 1983, a família Sari Batista foi uma das primeiras a se apropriarem de uma das casas do programa da COHAB no Núcleo Habitacional Octávio Rasi, na rua AngeloMieli. Marcela concluiu toda a educação básica na Escola Estadual Professor Walter Barretto Melchert.

No Núcleo Octávio Rasi, conheceu o que seria seu companheiro de vida, Alexandre Marcos Bispo da Silva. Na celebração do seu 17º aniversário foi surpreendida pelo carinho e felicitações de Alexandre. Este encontro resultou no início do namoro entre os dois com um beijo no banco da praça da rua Carmini Ângelo Delicato. Em 02 maio 1998 se casaram e continuaram morando nua João Scarço, no Núcleo Octávio Rasi.

Entre 1995 e 1998 Marcela fez um curso técnico de contabilidade e trabalhou na área até 2005.Mas, essa área ainda não respondia às suas necessidades de fazer a diferença na vida das pessoas. Movida pela vontade de oferecer conforto, cuidados e acolhimento às pessoas, Marcela ingressou no curso superior de enfermagem em 2006. Já formada, fez duas especializações. Em 2010 prestou o concurso para enfermeira na prefeitura de Bauru e assumiu o cargo em setembro de 2010, no Pronto Socorro Central.

Durante sua jornada na Saúde Pública bauruense passou também pela UPA Geisel em 2018. Retornou para o Pronto Socorro Central depois de 9 meses, pois era ali, no PS, que se identificava, que sentia ser realizada sua missão profissional.

Marcela foi uma profissional que não mediu esforços para atender às demandas do trabalho, à defesa da Saúde Pública de qualidade. Estudou, se aperfeiçoou, aprendeu e ensinou sobre como cuidar e se dedicar à vida do outro. A busca pela melhoria dos serviços de saúde sempre foi pautada na coletividade, na atualização e acolhimento. Marcela era a referência da equipe de enfermagem para achar soluções e agregar pessoas. Ela sabia unir o grupo, sugerir ideias inovadoras, dar uma palavra de afago no meio da intensa rotina de trabalho. Sua marca foi excelência, exigia pontualidade da equipe e sempre lembrava da importância da sensibilidade nos atendimentos. Não renunciava ao melhor que a saúde pública pode oferecer à sua população.

Ela gostava de fazer a recepção dos novos funcionários, pois tinha sabia dar o tom exato entre a seriedade e o acolhimento. Durante a pandemia de COVID-19 ela fez parte da linha de frente de atendimento, trabalhou além de sua carga horária e enfrentou as adversidades do momento com muita coragem e persistência.

Seja no trabalho, na família ou no círculo de amigos, todos levarão na memória seu inconfundível e bonito riso. Suas amigas de enfermagem lembram que, se por um lado ela era firme na luta pela profissão, por outro, sabia transformar tudo em riso, brincadeira e leveza.

Marcela deixa um legado cheio de orgulho para seus amigos, familiares, profissionais da saúde e usuários do SUS, que com sua sensibilidade e competência marcou a história dos serviços de saúde da cidade de Bauru.